Pois estava o gaúcho viajando solito, à cavalo, lá pras bandas de Santana (a do Livramento), quando caiu a noite! Ele se achegou a uma pousada e foi entrando e pedindo pouso!
- Mais óia, vivente! Não tem mais quarto vago! Tá tudo ocupado! – exclamou o dono da pousada.
- Mas não tem nem uma cama pra mim encostá o lombo? Tô viajando o dia todo!
- Tem um quarto com duas camas, mas já tem um peão dormindo lá, serve?
- Não tô pra escolhê, serve!
- O índio é meio chegado numa canha! Deve tá borracho e não vai protestá!
Chegando no quarto tava lá o vivente, apagado, com um litro vazio no chão e outro na mão! O gaúcho tirou as botas e se deitou! Lá pelas tantas, de madrugada, acordou com uma baita caganeira! Levantou-se e saiu correndo pra casinha, mas não deu tempo... deu-se a tragédia! E o pior é que ele tinha que seguir viagem de manhãzita!
E agora? Olhando para o índio estabacado na cama, viu que a bombacha dele era igualzita a sua e o tamanho também!
O gaúcho teve uma ideia: tirou sua bombacha carimbada, lavou-se como pôde, tirou a bombacha do borracho e lhe enfiou a sua! Antes de sair o sol, encilhou o seu pingo e se mandou mundo a fora!
Tempos depois, andava o gaúcho pelas mesmas bandas, quando lembrou-se do vivente e do causo da bombacha trocada! Mordido pela curiosidade, chegou na pousada e perguntou pelo índio com quem dividira o quarto naquela fatídica noite!
- Pois ficô lôco, tchê! Tá internado no hospício!
- Ué, mais por quê?!
- De tanto pensá em como é que ele conseguiu cagá as bombacha sem cagá as cueca!





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